TSJ confirma a reeleição de Nicolás Maduro e intensifica crise política na Venezuela
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela negou um pedido de revisão apresentado por Enrique Márquez, ex-candidato à Presidência, que buscava anular a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho. A decisão reforça a legitimidade dos resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontaram a vitória de Maduro, e intensifica a divisão entre o governo e setores da oposição.
Márquez, juntamente com cerca de 20 dissidentes do chavismo, alegou que a confirmação da vitória do presidente apresentava "vícios de inconstitucionalidade". No entanto, o TSJ considerou "inadmissível a solicitação de revisão constitucional", confirmando que a análise conduzida previamente validava os resultados. O tribunal destacou que não havia elementos suficientes para proceder com a revisão solicitada.
Apesar da decisão do TSJ, a oposição não aceitou os números divulgados pelo CNE e defendeu que seu candidato, Edmundo González, foi o verdadeiro vencedor. O embate acentua a já delicada situação política da Venezuela, que enfrenta uma crise institucional marcada pela desconfiança nas instituições eleitorais e na governabilidade.
Segundo os dados oficiais do CNE, Márquez, juntamente com outros sete candidatos, obteve apenas 4,6% dos votos. No entanto, a oposição, amparada por atas eleitorais que não foram oficialmente divulgadas, argumenta que os números reais mostram que o grupo de candidatos, incluindo Márquez, teria recebido apenas 2,46% dos votos. Essa discrepância nos resultados eleitorais aumenta ainda mais a tensão entre as forças políticas no país.
A decisão do TSJ fecha mais uma porta para a contestação dos resultados eleitorais, mas também reflete o cenário de polarização profunda na Venezuela, onde a legitimidade das instituições é questionada por muitos setores da sociedade. A oposição continua a denunciar irregularidades e questionar a veracidade das eleições, enquanto o governo de Maduro segue consolidando seu controle sobre as instituições nacionais.
Esse novo capítulo na crise política venezuelana destaca os desafios de encontrar um terreno comum para o diálogo entre governo e oposição, que busque uma solução pacífica para a longa disputa de poder no país.
VEJA MAIS: